quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

60" Siebert: (c)alma & elegância no asfalto



“Queria um skate longboard para treinar as caminhadas como se faz no surf de longboard, mas nas lojas de skate, “longboard” significa skate de downhill. Daí, juntamente com alguns amigos, fiz alguns shapes de 60 polegadas.”
Felipe Siebert para Surf e Cult

Foi com essa vontade, discernimento e muita maestria, que Felipe Siebert  uniu pesquisa histórica, estética e tecnológica, para dar forma & alma a suas criações, dentre as quais, um longboard skate de design limpo, roots e elegante.

Longboard 60" Siebert. Handmade in Brazil!
Muitos brincam que gostariam de pendurar esse shape na parede da sala e expô-lo como uma obra de arte dada sua qualidade, sofisticação e beleza estética atemporal. Assim são todas as criações do shaper catarinense Felipe Siebert, da Siebert Surfboards, um dos pioneiros no Brasil (da geração pós-pranchas-de-espuma, como ele mesmo pondera), na construção das hollow wood boards e também do cobiçado longboard skate de sessenta polegadas!
  
Para muito além de seu valioso ofício como shaper, Felipe vive e fomenta a surf culture nacional em todas suas expressões de maneira intensa, verdadeira e apaixonada. Assim, estender suas criações para o asfalto foi um pulo. Dessa empreita e em parceria com o shaper Márcio Justos, nascia no Brasil um shape que entraria para a história da cena nacional de longboard skate.


 

Deck com um bem cuidado trabalho em marchetaria, flat, sem lixa (convite para curtir um barefeet!), com outline e decoração de uma surfboard clássica e o mais bacana: sessenta polegadas de comprimento, os quais viriam permitir a execução de um ride elegante e um set refinado de manobras vindas do surf clássico. “Criamos estes shapes com intuito de aprimorar a linha de surf no longboard clássico. A nossa proposta é de utilizá-lo como um meio de aperfeiçoamento das técnicas de caminhada e uso de bordas”, explica Felipe.




Por ter sido um dos primeiros longboards nacionais produzidos cuidadosa e intensionalmente para o estilo do surf clássico nas ruas, o “sessentão” da Siebert, tornou-se logo de cara um ícone, consolidando-se como uma importante referência para esse estilo no Brasil. Com isso, a Siebert Surfboards despretensiosa e naturalmente, acabou por "inaugurar” por estas bandas e dar grande visibilidade para o que eu considero como o “classic surf style”, no longboard skate.


Stand da Siebert no Festivalma 2010.
Jay Alders pelos corredores da Bienal, com o pé no bico num sessentão da Siebert.
 
Vejam que o estilo clássico de surf do qual falamos, é de certa forma uma volta às origens do skate, porém não é um revival do old school ou do surf style dos 70 (neste caso, totalmente inspirado no ride mais agressivo das shortboards e no estilo influente de caras como o lendário Larry Bertleman), mas sim, uma re-aproximação do longboard skate com os primórdios do surf moderno, nos anos 50 e 60.

Particularmente, percebo essa aproximação acontecendo simultaneamente por duas vias, uma mais subjetiva e atemporal relativa à experiência íntima e espiritual do surf e outra mais formal, relativa a uma apropriação e transposição estilística do surf clássico, para as ruas. Assim, me parece que essa é uma abordagem relativamente nova no longboard skate e portanto, ainda restrita a poucos long riders entusiastas da surf culture.

Como disse Felipe em sua coluna na BoardGuide: “As pessoas (...) tendem a copiar o que todos fazem, o que está na moda, ao invés de procurar o que realmente lhe realiza e lhe faz feliz. (...) A maior diversão, tanto no surf, como em outras coisas na vida, é a constante possibilidade de criatividade, de evolução”. Por esse caminho trilhado por alguns, há uma frase do Andrew Kidman, que gosto muito e que sintetiza toda a essência desse espírito: "Go and find your blank, make what you want to make, surf how you want to surf..."

Bem, fica aqui meus caros, um pequeno registro sobre esse talentoso brother e seu clássico longboard skate, que por sinal muito me inspirou e deu nome a esse blog!

Mahalo Felipe!


  


Aqui, algumas informações sobre o "sessentão", da Siebert:
  • Decoração em marchetaria no deck (Canela e Marfim) e fundo com lamina preta.
  • Composto por quatro tipos de madeira, mesclados com tecido de fibra de vidro.
  • Diferente do skate comum, feito com laminas horizontais, este longboard tem seu miolo formado por lâminas de madeira na posição vertical, garantindo sua resistência e leveza. Com apenas 2,75 Kg, tem 1,5cm de espessura, 22cm de largura e 152cm de comprimento.




Skate Prototypes: Longboard 60" e Fish 22" from Felipe Siebert on Vimeo.

Ah! Ia me esquecendo! Desde o dia 18 está funcionando a loja on line da Siebert. Vale uma visita!

Se quiser saber mais sobre a Siebert Surfboards, dê um pulo aqui e aqui, e o Felipe você o encontra também aqui e aqui .

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

UMBÊ: livre, consistente e engajada

Gostaria de compartilhar com vocês minha imensa satisfação e grande prazer em conhecer o trabalho apaixonado do designer de produto & shaper carioca Bernardo Sodré. Com o espírito livre de um autêntico soul surfer & skateboarder, Bernardo é o coração criativo por trás da UMBÊ, onde desenha seus shapes e alaias com a mesma leveza e intensidade com que dropa uma onda, entregando-se e integrando-se harmoniosamente ao momento, ao meio, à vida. Produzindo desde 2003, a UMBÊ conquistou seu espaço e respeito, tanto pelo design consistente, quanto pelo compromisso ambiental ao desenvolver shapes de bambu e alaias, compostos de materias orgânicos e sustentáveis, selados com resinas e óleos naturais. Todos os shapes possuem um recado ao usuário, que em caso de descarte, deve fazê-lo diretamente na própria UMBÊ, para que o ciclo de vida do shape possa ser completado. Assim é a UMBÊ: livre, consistente e engajada.








60" ENTREVISTA
Confiram abaixo a conversa com Bernardo Sodré!

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(sobre as alaias) ..."para surfar é preciso deslizar sobre uma onda, da maneira mais suave e fluida possível, de forma que se aproveite o maximo de tempo desta onda até que ela venha se extinguir na beira da praia." 
Bernardo Sodré
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60" O que chegou primeiro em sua vida, o surf ou o skate? Como foram estas primeiras experiências?
BERNARDO SODRÉ: O skate chegou primeiro mais como uma forma de brincadeira da criançada vizinha da rua do que realmente como um esporte. As primeiras experiências foram bastante aterradoras, ainda lembro-me de descer a rua apostando corrida e o truck do meu skate ficar preso numa amêndoa (Acidente clássico nas ruas arborizadas do RJ), resultado: alguns dias de molho no hospital, e algumas cicatrizes na cara. Já o surf chegou de uma forma mais natural e simples, por sempre morar próximo a praia, comecei surfando de peito, passando pelo bodyboard e depois para o surf real.


60" Como você vê hoje esse resgate da relação surf  x skate?
BS: Na minha adolescência o skate tinha uma imagem pior do que o surf. Quem praticava esse esporte era sempre visto como drogado, dark ou grunge. Com certeza o resgate foi feito com o aparecimento do Longskate e também com a nostalgia da década de 70, onde todo surfista também era skatista. Hoje em dia você vê todo o tipo de tribo andando de skate, seja para curtir, se locomover ou fazer manobras. Acho essa relação/resgate muito boa e importante para os dois esportes, pois estes nasceram do mesmo embrião, portanto para os praticantes de ambos é uma forma de aprimorar manobras, equilíbrio, e também preparo físico.

60" O que o levou a criar a UMBÊ?
BS: A criação da Umbê aconteceu de uma forma bem despretensiosa. Sou designer de produto com especialização em desenvolvimento sustentáveis. Sempre tive uma afinidade muito grande com marcenaria, e trabalhos manuais, então resolvi desenvolver e produzir para mim mesmo skates e pranchas de surf, não tinha o menor foco em vendê-los, queria mesmo era ter um produto de qualidade e customizado da minha forma, onde eu pudesse passar minha opinião, meu olhar sobre aquilo. Ao longo do tempo os amigos começaram a querer também, e foi onde a brincadeira começou a se tornar um pouco mais seria.

60" A preocupação com a sustentabilidade é algo muito marcante na UMBÊ. E no seu dia-a-dia, manter uma existência menos impactante possível também é uma prioridade? Como isso acontece?
BS: Realmente a preocupação com a sustentabilidade é o foco da marca. Desenvolvo produtos para outras marcas que não tem toda essa preocupação, porém na Umbê, eu posso trabalhar do jeito que eu quero. Por não almejar ganhar dinheiro com ela, posso me dar o luxo de ter um produto sustentável, mas que não seja comercialmente valido, vai comprar quem realmente tiver afim de pagar pelo preço (infelizmente trabalhar de forma sustentável ainda é bastante caro). É engraçado como trabalhar pensando em todos os consumos e insumos gerados e estar sempre pensando numa forma de deixá-los menos impactante afeta o nosso dia-a-dia.

60" O que o levou, como designer, a optar por uma produção artesanal?
BS: Na produção artesanal posso ter mais controle de produção, principalmente no quesito sustentabilidade. 


60" No projeto de seus shapes, há uma intenção "organicista" (no sentido proposto e praticado pelo arquiteto americano Frank Lloyd Wright)?
BS: Essa pergunta é bem profunda hehehehehe. Sinceramente não penso muito em que sentidos meus shapes podem intencionar. A criação dos shapes é muito livre de interferências, tento passar um pouco sobre meu olhar de como é um skate, sempre buscando uma harmonia e equilíbrio nas formas.

60" O outline dos shapes possuem um elegante e bem cuidado desenho, ao “assumir” o nó do bambu e a sutileza de suas linhas curvas, que por sinal remetem a certa brasilidade já reforçada na adoção de nomes como Corisco, Kaipora e Catoco. Esse detalhe no outline agrega uma força poética e identidade muito grande ao projeto destes shapes. Há uma busca pela construção de um design brasileiro em seus projetos?
BS: Com certeza, conforme foi dito na pergunta, tento usar de todos os artifícios possíveis para poder passar um pouco da minha identidade  brasileira nos shapes. Até porque meus maiores clientes são europeus, e o que eles querem além da brasilidade é a preocupação com o meio ambiente.

 

60" O que te inspira?
BS: Amor, contato com a natureza, surfar, água salgada, musica e sons, conhecer gente, trocar informações. Me inspira me conhecer melhor a cada dia, e saber que muita coisa ainda vai acontecer na minha vida.

60" Como os handplanes e alaias surgiram na UMBÊ?
BS: Eu já tinha em mente quando comecei a produzir skates de que queria também desenvolver pranchas de surf, pela ligação que sempre tive com o mar com o surf. Há uns anos atrás, estava na oficina de um amigo meu vendo um livro do Greg Noll e vi umas imagens das Alaias, disse a ele que achava essa pranchas o Maximo, pois pelo que dava pra entender realmente era como os reis havaianos surfavam, devia ser uma experiência quase transcendental surfar com uma dessas. Daí ele me disse, porque você não faz uma? Comecei a pesquisar e vi que na Austrália e Califórnia, já estavam reaparecendo as Alaias produzidas por shapers locais, e ae mais uma vez começando a fazer somente para mim e apanhando um bocado para achar a madeira e formula certa a coisa aconteceu e em seguida muita gente quis ter uma.


60" Num vídeo, em parceria com Addict, você disse sobre as alaias: “você tem que (...) surfá-la bem. Solto na onda. Esquecer manobras, esquecer tudo... só surfar por surfar”. Fale um pouco sobre o desafio de desenvolvê-las e sobre essa forma de vivenciá-las.
BS: A Alaia é para mim quase um divisor de águas no meu surf, eu aprendi e sei que ainda vou aprender muito mais com elas. Por se tratar de uma prancha sem quilhas, de madeira maciça, que tem uma péssima flutuação e bem difícil de ser surfada, eu vejo que realmente só surfa nela quem realmente gosta muito e tem a mente muito aberta. No inicio foi bem difícil me relacionar com ela na água. Então comecei a me colocar na posição dos surfistas da época, os caras só tinham isso para surfar, e surfavam altas ondas e se divertiam a beça. Daí eu comecei a ver que o surf de Alaia, é realmente muito simples, pois basta você remar na onda e deslizar sobre ela até acabar, esqueça manobras, esqueça as quilhas, somente sinta a força da natureza e deixe ela te levar a beira da forma mais natural possível.

60" No surf, a relação do surfista com o shaper é algo muito forte e especial, praticamente um diálogo de confiança, admiração e respeito.  Parece-me que agora o skate começa a nutrir também essa relação. Como você percebe a valorização de relações como esta?
BS: Acho muito importante isto também estar acontecendo no skate. Com essa relação é possível ver que os usuários estão mais exigentes e sabem o que querem, ou ao menos estão na busca de algo que possa lhes trazer mais performance.


60" Hoje o longboard, em seu estilo mais clássico, trouxe para o universo do skate, um ride mais soul, descompromissado, livre de competitividade, onde o foco é muito mais a experiência em si do que a complexidade técnica das manobras.  O que você acha dessa busca por um ride primordial?
BS: Acho ótimo, realmente estávamos precisando disso. Acho que esse descompromisso só traz benefícios para o esporte pois estamos cada vez mais abrindo o leque de possibilidades de uma forma mais livre. Não é preciso copiar ninguém, seja criativo e crie a sua própria manobra, seu próprio estilo de andar ou mesmo seu próprio skate. As grandes corporações já entenderam isso e estão também buscando uma forma de alimentar seus usuários com produtos diferenciados e customizados.

60" A UMBÊ apresenta skates com shapes de até 27”. Há planos para shapes maiores, com características mais voltadas ao longboard clássico?
BS: Com certeza, minha escola de surf é do longboard, unindo o clássico com o progressivo. Nada mais justo do que ter no quiver um longskate, até porque é ótimo para treinar manobras.

 


60" Qual o próximo passo para a UMBÊ?
BS: Continuar criando e desenvolvendo sempre buscando sustentabilidade e harmonia. A Umbê é o meu laboratório onde me dou o tempo para criar o que eu quiser, por ter essa liberdade sempre vou buscar desenvolver produtos que possam passar um pouco sobre mim e meus objetivos. Certamente novas pranchas, skates e outros vão sair do forno. 

Conheçam todo o quiver da UMBÊ acessando aqui.





quinta-feira, 25 de novembro de 2010

domingo, 21 de novembro de 2010

Mäki Longboards: reinventando o clássico, sem perder a elegância

Erik Mäki. Foto Nick Rotondo
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"Surfing like life is a never ending pursuit."
Erik Mäki
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"O surf, assim como a vida, é uma busca interminável", disse meu amigo Erik em uma de nossas conversas. Decidi iniciar essa apresentação de suas novas criações com essa frase pra lá de emblemática, que sintetiza tanto o espírito criativo & inquieto desse soul surfer/shaper californiano, quanto a própria essência do surf em seu aspecto mais íntimo, quase religioso. 


Ao centro, três novos modelos que completam o quiver da Mäki Longboards.

Os novos shapes desenvolvidos trazem uma mudança significativa em seus aspectos estrutural e estético. Erik manteve seu característico uso de madeira maciça, que agora, recebem um laminado de fibra natural e epóxi no deck e bottom. Essa construção em sandwich, aumentou significativamente a resistência dos boards que, nos modelos de 23”e 35”, passaram de 5/8” para 1/2” de espessura. Isso possibilitou a construção de shapes mais elegantes, mais fáceis de transportar e com mais flex. Essa solução permitiu também que os mesmos recebam, em seu acabamento, uma tintura em resina que recria um grafismo bastante vintage, com um belíssimo efeito de transparência que conserva os desenhos e matizes naturais da madeira.

Para a alegria dos fans dos modelos anteriores da Mäki, que traziam as longarinas à mostra, há uma opção entre os novos modelos, com uma única longarina em mogno, que reforça essa pegada mais clássica, no laminado. Os shapes de 46” ainda continuam na espessura de 5/8”, com aquele peso bacana e nostálgico de um longboard clássico e perfeito para o noseride. Dessa forma, a Mäki amplia seu quiver e faz todo mundo mais feliz, tantos os que preferem boards mais leves quanto os que preferem os mais pesados e o melhor de tudo, com um projeto construtivo eco-friendly, já que os laminados são de fibra natural e a resina epóxi é a Entropia-Bio, que contém cerca de 40% menos petróleo em sua composicão e é praticamente sem VOC (sigla inglesa para compostos orgânicos voláteis).

Com vocês os novos longboards da Mäki!







Confira nesse post anterior, um pouco mais sobre a Mäki Longboards ou visitem o site oficial.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Rafael Fazano: registros pulsantes

Através do 60Polegadas, acabei conhecendo o trabalho do fotógrafo paulistano & skateboarder Rafael Fazano. Dono de um olhar bastante apurado e preciso, Fazano é capaz de extrair de um instante fugaz, toda a intensidade, beleza e força dos movimentos ali contidos. Dessa forma, esse jovem e talentoso profissional recria, a partir de um blend de habilidade técnica e muito feeling, um universo imagético poeticamente latente, onde a verdade e crueza vibrante de suas fotografias, preservam a pulsação de cada momento registrado. Contemplar suas imagens é sem dúvida um convite para compartilharmos o olhar que captura essa verve indomável, que corre também em nossas próprias veias.
 

60" ENTREVISTA
Acompanhem agora nossa conversa e curtam o ensaio com o skateboarder paulistano Vitinho Kerr, que cumpriu seu papel nessa session num ride classudo y con mucho flow!





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 "(...) nunca mais pensei em outra coisa a não ser em expressar o que sinto em um clic" 
Rafael Fazano
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 60" Como a fotografia surgiu em sua vida?
RAFAEL FAZANO: A busca das pessoas pelo o que as faz feliz é constante, pode ser em um instante como uma paixão a primeira vista ou durar toda a vida. Alguns nascem com uma habilidade, um dom e os descobrem rapidamente. No meu caso, 22 anos de busca. Depois de tanto tempo trabalhando em agências de publicidade, buscando todos os dias uma visão criativa para os clientes, larguei tudo e decidi trabalhar em um estúdio fotográfico, onde tive toda a base técnica e incentivo de meus "mentores". Após alguns anos de trabalho resolvi caminhar sozinho, unindo minhas paixões: arte, fotografia e esportes de ação. Agora estão expostas em meu site para que todos possam sentir cada momento que só os esportes de ação podem proporcionar.


60" Como rolou esse interesse pelo registro de esportes como o surf e o skateboard?
RF: Desde pequeno, os esportes de ação, como BMX e skateboard, fizeram parte de minha vida. Com o passar dos anos, a prática deles se tornou um estilo de vida e esta paixão se uniu a minha profissão.

60" O que você busca em suas fotos?
RF: Faço fotos sempre à procura do novo, do incomum, com o intuito de transmitir às pessoas a sensação de cada momento de adrenalina e emoção, que é único nos esportes radicais. Então, nunca mais pensei em outra coisa a não ser em expressar o que sinto em um clic.


 
 60" O que é preciso para uma boa foto de ação?
RF: Força, concentração, habilidade, persistência e adrenalina.

60" Como é essa adrenalina de fotografar esses esportes?
RF: O fotógrafo e o atleta se arriscam pelo registro do momento e pelo esporte. Fotografar dentro de um mar de ressaca ou pessoas a mais de 100km/h em um skate, a centímetros de sua cabeça, é ter a cada momento um filme passando pela mente, assim como as fotos que ficam gravadas.



60" Quais os fotógrafos que te inspiram?
RF: Fotógrafos de esporte como Bob Martin, Jack English, Ricardo Ribas e os de publicidade com que trabalhei: Rodrigo Ribeiro, Thomas Susemihl e Marcelo Ribeiro, são minhas referências de qualidade, busca, identidade e perfeição.

60" Como o trabalho desses caras influenciam sua produção?
RF: Aprendi com eles que para fazer fotografia de esportes radicais é necessário vivê-lo e sentir na pele as mesmas sensações que os praticantes sentem.



60" Conte um pouco sobre esse ensaio com o rider Vitinho Kerr.
RF: Sempre tive vontade de fazer um ensaio puxado para os anos 70, mas nunca dava certo porque não encontrava um board adequado, não achava um grommet que deslizasse sobre um old school tão bem. Aí, acabei conhecendo o Vitinho Kerr, dropando uma ladeira na zona oeste de São Paulo. Na época ele só tinha loucura, fazia o drop e nem sabia parar! Nesse curto espaço de tempo (menos de 1 ano), ele evoluiu absurdamente e já tem dado trabalho para os profissionais. Boto muita fé e o apoio como posso. Enfim, juntei o Vitinho, um modelo de skate do Tony Alva emprestado por um amigo e a vontade de fazer um ensaio old school a um par de Congas (originais de 1979!) que ganhei de presente e tivemos esse resultado, que espero que todos os leitores do 60Polegadas curtam!



Para conhecerem mais um pouco do trabalho de Rafael Fazano acessem seu site oficial.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Que PAIPO é esse?!

Fonte: Hydrodynamica

"This familiarity with short planing boards helped these surfers played a major role in the development of the surf/skate style that became prevalent in the 1970s."

O paipo é uma das mais antigas formas de pranchas planas de surf. Há relatos históricos destas pranchas sendo surfadas (tanto numa posição deitada, quanto de joelhos) do oeste africano até o Tahiti e é claro, também no Havaí. Seu principal uso era como uma pequena prancha para nadar e para o bodysurf. No Havaí, essas pequenas pranchas eram a primeira aquisição da garotada que começava a surfar.

O paipo floresceu  durante os anos 20 aos 60, na era clássica dos Beach Boys, em Waikiki. Nessa época, com o boom da construção civil em Honolulu, as pranchas eram produziadas a partir dos compensados descartados das obras. O quebra-mar da praia de Kuhio, apelidada pelos locais de "The Wall", era o epicentro da cena paipo nos anos 50 e 60. Surfar em pé num paipo, era radicalizar em "The Wall" e surfistas como Valentine Ching, dominaram essa arte nos anos 50.

Sequência de stand-up paipo em The Wall. Fonte: Hydrodynamica

Foram dos paipos de Waikiki, que surgiram os mais influentes surfistas do século 20. Rabbit Kekai, Wally Froiseth, Donald Takayama, David Nuuhiwa, Reno Abellira, Eddie e Clyde Aikau, Jeff Ching, Buttons Kaluhiokalani, Larry Bertlemann e muitos outros grandes nomes do surf havaiano, afiaram suas garras num paipo! Essa familiaridade com essas pranchas planas e curtas, ajudou muito estes grandes surfistas a desempenharem um importante papel no desenvolvimento do surf/skate style que predominou nos anos 70.
[Traduzido livremente de Hydrodynamica.]


Paipo from Hydrodynamica on Vimeo.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

SÉRIE: Desenhos Malacabados. Rabiscos Perfeitos #01

Antes de passarem os olhos pelo post, sugiro que carreguem a trilha sonora abaixo para uma melhor experiência! A trilha não poderia ser outra : The Japanese Motors!




Marujada, seguem as primeiras ilustras da série "Desenhos Malacabados. Rabiscos Perfeitos".  Para quem não conhece o velho oficial de convés, Mestre Noronha, vale uma conferida num post anterior que deu origem a série! A idéia inicial é a de publicar minhas anotações ilustradas sobre o classic surf style transposto para o asfalto! São registros pessoais feitos no 6B, num vergê safado de escritório. Espero que curtam!

Com vocês o velho Noronha revivendo com muito estilo o noseride!




Quique y Raúl: surfing the city







Via Fuckingonlongboard

Hangboard, no Paulista de Carveboard em Itu (SP)!

Aos longriders de plantão que quiserem conferir ao vivo o tão aguardado Hangboard, da Dropboards, em ação é só dar um pulo neste domingo, dia 14, em Itu (SP), onde acontecerá o Campeonato Paulista de Carveboard. A apresentação do Hangboard será feita pelo atual Campeão Paulista de Carvebord e surfista amador de longboard, Jorge Malvadão.

Não poderiam ter escolhido uma cidade melhor que Itu, para apresentação de um pranchão como este!

Entre outras atrações, o evento contará como juízes convidados, o Tri-Campeão Mundial de Surf Tow-in Rodrigo Rezende e o Skater-Pro Freeride Otávio Neto, os quais farão apresentações de carveboard e carveboard motorizado respectivamente.


Mais informações acessem aqui.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Between Yellow Lines: Blending the lines of flow between surf and skate.




“Once you get a song in your head 
and you start dancing…there’s nothing like it.”
Amanda Powell



Between Yellow Lines from Max Esposito on Vimeo.

Produced by Max N. Esposito
Rider: Amanda Powell

espositooriginals.com
luminatesurfandskate.com


VIA The Endless Bummer

Ray Barbee & Chuck Treece, no Espaço +Soma

Ray Barbee, no Espaço +Soma, SP. Foto: Tati Cardoso.
Mês passado rolou no Espaço +Soma, em São Paulo, uma apresentação bastante intimista com as lendas do skate Ray Barbee & Chuck Treece. Assista, ouça & relaxe!


"Instrumental e calcado no jazz easy listening, o som de Barbee aposta em melodias e arranjos simples, solos curtos e levadas constantes. Trilha sonora perfeita para curtir um dia na praia, no parque ou jogado no sofá de casa, sem se preocupar com nada"

Espaço +Soma


Ray Barbee, Guizado & Chuck Treece




Ray Barbee & Chuck Treece

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

The Waxhead Diaries


Conheça o trailer do australiano "The Waxhead Diaries", uma web-série focada nas aventuras aquáticas e terrestres de um surfista que vive numa cidade concreto-paraíso-praiana.
"As my blog promotes, the 1960s surfboard evolution happened in Brookvale, and im proud of being a surfer from Sydney. The concrete promenades, the buldings, roads, people, cars, bikes, music, waves and lifestyle will be reflected in these clips. This is a dedication to the birthplace and hotbed of performance surfing, it is not dead and the periodically correct surfer soldiers on."
 chonoski.blogspot.com 

Film/edit by Josh Simpson  
Song: Joy Division - Warsaw
Acompanhe o lançamento dos primeiros episódios por aqui. 

Classic longboards. Classic ride!

Rider girls com suas Silverback e Python 80"
Com 3 modelos de longboards com shapes planos, bem fiéis ao estilo clássico, a Jam Longboards segue resistindo em sua proposta de ride, explorando todas as possibilidades do classic surf style no asfalto.
"We created JAM Longboards to capture and reflect our combined 75 years of stoke about surfing, longboard surfing and skateboarding."

Jam Longboards


80" Silverback

64" Iguana

60" Tuna

Esse vídeo é antigo (coisa de uns 4 anos atrás), mas vale a pena sentir o estilo clássico do ride! Muito drop knee turns, caminhadas pela prancha e pé no bico! Old guys rula!