Toda essa crueza e honestidade em relação ao material, me fez lembrar muito as obras dos arquitetos do Brutalismo Paulista, dos anos 60. Foi assim que ficou conhecido o estilo que concatenou toda a produção dessa geração de arquitetos, que viviam em São Paulo nos anos 60 e que adotaram um discurso e fazer na arquitetura pautados por uma estética que privilegiava a beleza da verdade dos materiais (seja concreto, terra, vidro, aço ou madeira), onde era preservava-se as marcas deixadas pelas fôrmas de madeira no concreto aparente, após sua retirada, onde era abolida toda e qualquer forma de revestimento, acabamentos, adornos e adereços. A arquitetura erguia-se em sua pureza formal, funcional e material, construindo então um repertório frugal e estéticamente despojado, livre de excessos e cheia de essência. Assim são também os shapes feitos à mão por esse longboarder e surfista americano, formado em artes plásticas e horticultura.
Essa construção do shape a partir de uma peça sólida de madeira, nos remete aos primórdios do skateboard, bem como ao do próprio surf com suas alaias & olos (Havaí) e itakas (Japão).
Como um arborista e cirurgião de árvores armado de muita sensibilidade e um olhar acurado, Dan consegue através de cortes precisos & diferenciados e ângulos não-usuais, valorizar as particularidades de cada madeira e aproveitar suas formas naturais para as mais diversas necessidades de ride. Assim, conforme Dan, não há como descrever a doce pureza e vibe que você sentirá a partir de uma única peça sólida de madeira, pois explica que cada tipo de madeira utilizada em cada shape, possui sua própria atmosfera, ressonância e vibração quando experimentadas.
"Boards that are as enjoyable to view as they are to ride... well... almost!"
Dan Dengler
Conheca mais os shapes de Dan Dengler no site oficial.
e eu achando que meus skates eram roots...
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